O advento do Orkut trouxe a fantástica possibilidade de se descobrir que, por mais bizarro, escabroso, atemorizante, ou nonsense que seja o seu gosto pessoal, existe uma comunidade para ele. E talvez umas cem pessoas que cultuem aquilo que você esconde e conversem sobre isso, criem tópicos e designações científicas, marquem reuniões fundem sociedades secretas com apertos de mão especiais. Ponto para o orkut! Tirou do limbo e da marginalidade muitas pessoas. Inclusão social é isso. Se você ama carne de porco com pavê, se é exímio caricaturista de maçanetas, se tem fetiches com desentupidores de pia e croatas de bigode, ou desentupidores de bigode e croatas de pia, saiba que você não está mais sozinho! Provavelmente há um grupo de pessoas esperando por você no Orkut.
Suspeito que todos nós tenhamos alguma dessas vontades que dizem Ni. É o que dá graça pra coisa, no fim das contas. Por que, convenhamos, de vez em quando é bom dar uma variada nos papos, uma cambiada de assunto. No meio do futebol, das garotas, do emprego, da faculdade, pode entrar uma discussãozinha básica sobre a Literatura Revolucionária do Leste da Nicarágua ou sobre pessoas que comem com os pés, ou que comem pés. Sei lá, há quem goste, certo? Segue uma lista resumida de algumas vontades bizarras que vez ou outra me acossam, e que me acompanham já de muito tempo:
1. Tenho vontade de um dia ficar com uma islandesa do cabelo preto. Tem que ser islandesa. Tem que ter cabelo preto. E não pode falar português. Pode ser a Björk. É algo como um desejo de consumo sexual. Compartilho com minha amiga Aninha a tendência de achar tudo que vêm da Islândia e países afins super sexy. Menos o Sigur Ros, claro. O Sigur Ros tem a sexualidade de uma caneta Bic.
2. Divirto-me inventando línguas absurdas. Quase todos os meus cadernos estão infestados de frases em códigos malucos que eu esqueço em duas semanas. Depois, passo anos tentando pensar no que diabos eu tinha escrito ali e se era importante. Sempre parece tão importante.
3. Toda vez que tomo um copo de leite tenho vontade de molhar a pontinha dos dedos na borda. Tá, isso não faz sentido nenhum e não é nada higiênico.
4. Gostaria de um dia fazer o trajeto da minha casa até o meu trabalho correndo e ouvindo música. Não correndo como um maratonista africano. Correndo como um fugitivo, na calçada apinhada de gente.
5. Queria fazer parkour. Mas tenho medo de quebrar a espinha e morrer.
6. Tenho vontade de humilhar publicamente e com requintes de crueldade todo adolescente que eu encontro. Quando estão em grupos ou usando uniformes de colégio, então, a vontade toma contornos psicóticos.
7. Tenho vontade de ir num psicanalista e dormir. Mas reconsidero ao pensar que seria a soneca mais cara da minha vida.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Vontades que dizem Ni
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ai, não me lembro agora de nenhuma vontade que diz Ni. Que pessoa sem graça, eu sou...
ResponderExcluirSempre tenho vontade de desaparecer dos lugares públicos, cheios.. sair na varanda de um restaurante e não voltar e gosto de segurar aquele curtíssimo intervalo de não saber onde estou quando acordo em uma cama que não é a minha na casa de uma tia ou num hotel , aqueles 5 segundos de hesitação. Deve haver mesmo uma sociedade nomade da qual eu possa me afiliar.. Google neles!
ResponderExcluirGosto de matar formigas. Sabe daquelas doceiras, comuns. Uma vez a algum tempo atrás devo ter ficado uma hora fazendo isso. Eu matava todas da fila, começando pelas extremidades e desbaratinando as do meio e depois esperava as outras aparecerem. Matei tantas que até apareceu uma meio sentinela, mais cabeçuda.
ResponderExcluirHoje em dia evito isso, gasto tempo com outras coisas e me sinto menos sanguinário.
Meu Deus! cheia de manias em minha fiia huahhaaauhuahaua, mas confesso que essa de quando tomar leite molhar a pontinhas dos dedos é até interessante vou experimentaar isso depois te falo se aprovei ou não, huhauahahauhauahua
ResponderExcluirEspero sua visitinha ao meu Blog
http://souzapc.zip.net/
Correr de cueca no banco onde trabalho cantando "Dancing with my self" do Billy Idol. Isso seria legal, se não fosse garantir minha demissão e destruir meu futuro profissional.
ResponderExcluirOutra coisa legal seria parar no meio de uma rua, e feito esses pastores que ficam pregando, começar a ler em voz alta O Guia do Mochileiro das Galáxias. Ou a enciclopédia Marvel. Ou uma bula de Artroveram.
uahauhauah, que vonades, hein.
ResponderExcluirconfesso que compartilho em parte da última. seria muito divertido.
quanto aos adolescentes... uh-uh, sempre me vejo fazendo isso... ou será que sempre faço? Oo
*brinks*
;* Zé!