segunda-feira, 20 de julho de 2009

O homem na lua


As duas coisas que mais me impressionam a respeito dessa conquista humana são: que os computadores usados pela NASA na época eram um pouco piores que esse que eu estou usando agora. Eles mandaram americanos para a Lua mas teriam dificuldade para rodar o Google Earth. A segunda coisa é o nome do primeiro astronauta a pisar no nosso querido satélite: Neil Armstrong. Cara, eu adoro o nome Armstrong. Meu próximo cachorro se chamará Armstrong. Esses anglo-saxões e seus nomes legais... Imagina se o cara se chamasse Ferreira? E o Ferreira pisa na Lua: um pequeno passo para mim e um grande passo para o Corinthinas! Perdia toda a credibilidade.

Falando em credibilidade, o aniversário de 40 anos da Apollo 11 revive a velha discussão de bar sobre a veracidade do que aconteceu. As pessoas começam a argumentar sobre bandeiras tremulantes, sombras no lugar errado e etc. Eu por mim acho que o mais inverossímil de toda aquela história foram mesmo as palavras do Armstrong: esse é um pequeno passo para o homem e um grande passo para a humanidade. Quero dizer, que diabos! É pensada demais, formulada demais, épica já de cara, entende? Suponho que se elegeuto uma junta científica só para formular uma frase de efeito calculado, exata para o momento. Muito diferente foi com o Gagarin. Eu consigo imaginar a maravilha nos olhos do astronauta russo, o sangue subindo e o coração batendo numa tranqüilidade surpreendente. Sinto como se houvesse um degelo em seu peito eslavo. A terra é azul. Uma constatação infantil, profunda, perfeita. Por mais que me esforce, entretanto, é difícil sentir a mesma coisa para as palavras do Armstrong. Depois da viagem mais perigosa já feita pelo ser humano, sabe-se lá vencidas quais dificuldades, depois do medo e da fascinação de fazer algo que ninguém jamais fez, ele vem e me diz: esse é um pequeno passo para o homem lororó larará? Rapaz, se fosse eu, sairia algo como: putacaralhoqueopariu, eu to flutuando na Lua, mãe! Sempre me lembro de uns versinhos singelos do Hebert Vianna que diziam:

tendo a lua
aquela gravidade
onde o homem flutua
merecia a visita não de militares
mais de bailarinos e de você eu.

Então, fica aquela questão: de que adianta termos capacidade inacreditável de ir até onde nunca se foi, se somos incapazes de nos maravilhar? Para que queremos então achar outros planetas com condições de manter a vida? Para levarmos nosso modelo de existência? Criarmos uma nova África, um novo Iraque, e mandar a humanidade em foguetes divididos em primeira classe e classe econômica? Seremos novos Colombos e Pizarros que chegarão aos novos mundos ao redor da galáxia para dizer: Nossa, terras lindas, florestas belíssimas, povos desconhecidos, dias amenos e noites estreladas. Ok, e agora cadê o ouro?


2 comentários:

  1. "If you believed they put a man on the moon, man on the moooooon."

    A frase do Armstrong é realmente uma daquelas complicadas de aceitar como espontâneas...Sei lá, tudo que é deslumbrante acaba te impedindo de escolher as palavras direito, então é impossível que ele seja tão frio Collins, o primeiro homem a ir de carona até a lua e não descer porque não tinha vaga pra ele. Um dia vou escrever um roteiro sobre a vida desse cara...

    ResponderExcluir
  2. Adorei o texto, Zé!
    Concordo com a espontaneidade das palavras e a capacidade de se maravilhar; pensando bem, não é coisa fácil mesmo... mas, quando ocorre, é das mais bonitas que tem.

    Maaaaas.... também tem sua veia comunista e adepta dos nórdicos, eslavos, gelos, brancos e frios e Björk.. hahahha Isso também ajuda a explicar sua preferência pelo Gagarin.. hauishauish

    Zé, a Terra é azul e você escreve mára! hahaha

    =**

    ResponderExcluir

pode falar, eu não estou ouvindo