Dirigir sempre foi um martírio para mim. Não, minhas aguçadas técnicas ao volante não representam perigo para a sociedade organizada, senão para mim mesmo. Adoro bater o carro contra coisas inanimadas.
Mas ontem descobri que há uma paz indescritível em dirigir numa segunda feira de madrugada pela cidade molhada de chuva. Grandes pensamentos habitam a nossa mente nessas horas, quando é só de silêncio e só de água que traçamos todo o trajeto. Faz-me ganhar vontades de ter uma cidade só para mim, sem pessoas, sem carros, só o meu e só a mim. Só as portas fechadas das lojas, as praças escuras e os sinaleiros piscando amarelo. Nem putas nem mendigos, nem arruaceiros dando cavalo de pau. Só uma madrugada de segunda com chuva e uma cidade completamente minha. Dizem que gostar da solidão é dar provas de um grande egoísmo, pois que nenhum ser humano é por si só suficiente para passar dessa vida sem ter par. Dizem que andar sozinho e sem medo é achar-se um pequeno deus, cheio de ar e ignorância. Eu por mim não sei. Talvez a solidão nos queira dizer alguma coisa. Talvez a tristeza nos queira falar de algo que não ouvimos. E eu gosto de escutá-las, gosto de deitar o ouvido no peito frio da cidade e supor seu palpitar. Sem que ninguém esteja por perto para me chamar de só.
Mas ontem descobri que há uma paz indescritível em dirigir numa segunda feira de madrugada pela cidade molhada de chuva. Grandes pensamentos habitam a nossa mente nessas horas, quando é só de silêncio e só de água que traçamos todo o trajeto. Faz-me ganhar vontades de ter uma cidade só para mim, sem pessoas, sem carros, só o meu e só a mim. Só as portas fechadas das lojas, as praças escuras e os sinaleiros piscando amarelo. Nem putas nem mendigos, nem arruaceiros dando cavalo de pau. Só uma madrugada de segunda com chuva e uma cidade completamente minha. Dizem que gostar da solidão é dar provas de um grande egoísmo, pois que nenhum ser humano é por si só suficiente para passar dessa vida sem ter par. Dizem que andar sozinho e sem medo é achar-se um pequeno deus, cheio de ar e ignorância. Eu por mim não sei. Talvez a solidão nos queira dizer alguma coisa. Talvez a tristeza nos queira falar de algo que não ouvimos. E eu gosto de escutá-las, gosto de deitar o ouvido no peito frio da cidade e supor seu palpitar. Sem que ninguém esteja por perto para me chamar de só.
A solidão é algo quase sempre muito bem-vindo; e duvidar da suposta tendência "natural" do homem em se relacionar com seus semelhantes é algo mais bem-vindo ainda.
ResponderExcluirThallyta