( para minha amiga natália, no dia dos namorados)
o meu primeiro namorado
sentava no fundo da sala
e me encontrava no recreio,
sempre na esquina da escola
até que um dia ele não veio
me deixou pra jogar bola.
o meu segundo namorado
era alto de mãos longas
como ruas, sempre frias
como longas noites brancas
não sabia o que dizer, e beijava muito mal
nosso amor durou as férias
e acabou no carnaval.
O meu terceiro namorado, ai que medo
Tinha carro, tinha barba,
tinha porte, uma beleza.
Até dizia que me amava
Elogiava as minhas roupas
Compreendia o que eu passei
Ah, meu pobre namorado
que tristeza...
Era gay.
O meu quarto namorado
Ao contrário do terceiro
Me pegava no armário
Na cozinha, no terreiro
Estava sempre bem disposto
Disposto até demais
Um dia acabou exposto
Na frente dos meus pais.
O meu quinto namorado
Era revolucionário
Hoje aluguem o Brasil
Amanhã, salvem as baleias
Não arrumava o próprio armário
Nem limpava as próprias meias
O meu sexto namorado
Era intelectual
Falava alemão, trabalhava num jornal
Citava Kiekergaard, escrevia poesia
Tanto peso em uma cabeça
Que a outra mal subia
sentava no fundo da sala
e me encontrava no recreio,
sempre na esquina da escola
até que um dia ele não veio
me deixou pra jogar bola.
o meu segundo namorado
era alto de mãos longas
como ruas, sempre frias
como longas noites brancas
não sabia o que dizer, e beijava muito mal
nosso amor durou as férias
e acabou no carnaval.
O meu terceiro namorado, ai que medo
Tinha carro, tinha barba,
tinha porte, uma beleza.
Até dizia que me amava
Elogiava as minhas roupas
Compreendia o que eu passei
Ah, meu pobre namorado
que tristeza...
Era gay.
O meu quarto namorado
Ao contrário do terceiro
Me pegava no armário
Na cozinha, no terreiro
Estava sempre bem disposto
Disposto até demais
Um dia acabou exposto
Na frente dos meus pais.
O meu quinto namorado
Era revolucionário
Hoje aluguem o Brasil
Amanhã, salvem as baleias
Não arrumava o próprio armário
Nem limpava as próprias meias
O meu sexto namorado
Era intelectual
Falava alemão, trabalhava num jornal
Citava Kiekergaard, escrevia poesia
Tanto peso em uma cabeça
Que a outra mal subia
Rimou bonitinho, Zé. Essa é uma das coisas engraçadas mais tristes que já li.
ResponderExcluirHahhahahah
ResponderExcluirMuito bom! Muito divertido!
Zé, estou adorando suas investidas poéticas! Nesse ramo, não adianta que eu não me aventuro; mas você, como sempre, deve investir!!
ResponderExcluirE sobre essa história de namorados...ai ai Se eu for contar... rsrsrsr
bjuss!!
Buena!
ResponderExcluirMe fez lembrar do Didi vestido de mulher cantando aquela música da Bethânia. Ok, referência bizarra. Mas foi ótimo.