segunda-feira, 1 de junho de 2009

Brevemente vive




inspirado pelo gui( http://galeriaaudaz.blogspot.com/), voltei ao verso:

Brevemente vive

Faz tempo que não poeto
uns minutinhos que me passaram
se me escapuliram
em versos.

Uns dias que me sustaram
de sustância encolhida.
A poesia, que é talho,
em maio esteve ardida

Uns dias que me colheram
de onerosa acolhida.
A poesia, que é a atalho
em maio esteve perdida

Faz tempo que o que poeta
é necessariamente amplo
quando se detém ao universo
num verso de folha não vingam
nem rima, nem vela, nem pranto

E vive brevemente
no contorno de toda palavra
uma espécie de inseto arisco
alguns, íntimos, chamam-lhe alma
outros, ótimos, chamam-lhe cisco

eu, por mim, nada chamo

preciso antes aplainar sentires
ser menos objeto , ainda que urbano
por mim, nada concreto
do tempo que fiz em tempo
há tempos que não possuo
e há tempos que não poeto.

3 comentários:

  1. Zé, se tem uma coisa que é complicada é fazer poesia sem parecer presunçoso ou meio mala. Você consegue. E digo isso com toda sinceridade.

    (gostei da imagem um tanto quanto "wtf?" )

    Ah, e obrigado pela divulgação em Goiânia, acho que atualmente metade da frequencia do meu blog é responsabilidade sua, coooool!

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  2. Um belo talho!
    Ainda vive, mesmo que meio calada!

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  3. eu, definitivamente, não nasci para 'poetar'.

    mas você sabe como. ;*

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pode falar, eu não estou ouvindo