Eu quero que novembro te console
Com frases feitas retiradas de novelas
As moiras tecem enquanto você dorme
E sonha em ter, quem dera, pés de cinderela.
Essa é a estrofe que eu mais gosto da minha música. Um tanto presunçoso, fazer propaganda das próprias composições, mas quem compõe ou escreve sabe, por uma questão muito pouco racional, o quanto daquilo que está ali não é seu. Sabe que existe muita sorte e muito esforço, muito acaso e muito plano, muito explicado e inexplicável em criar. E ouvir agora minha música pronta, gravada e mixada, é como escutar a canção de alguém que talvez sinta como eu, talvez não. Talvez pense como eu, mas provavelmente não. A obra está sozinha a partir do momento em que está pronta. Não é mais de quem a criou, não faz mais o mesmo sentido. Agora precisa significar por si mesma. Uma obra que ainda careça ser explicada pelo seu criador não pode estar completa. Ainda não é arte, no sentido mais tenro desse termo: naquele que o relaciona ao incentivo interno, à criação individual de sentimento ou de conceitos. Escutar minha própria música é, talvez, como visitar a casa de um filho adulto. Há muita coisa ali que veio de mim, mas em outro arranjo, com outro dono, em outro tempo. E há coisas novas, que não são minhas, mas resultam de significações alheias.
Ficaram prontas as novas canções da Laocoonte. Ainda não posso disponibilizá-las na net por questões burocráticas. São cinco: Em novembro, Rosa Carmim, A gralha e a Serpente, Lindo Linde e A Resposta. Somando-se às outras 5 já gravadas e a umas três que foram mais ou menos concluídas, teremos um álbum completo. Ninguém tem pretensões de seguir carreira ou de fazer shows e coisas do tipo. Nossa relação com a banda e com a música é mais uma questão de gosto e de desafio. Acho que todo mundo deveria passar pelo processo de gravação como, sei lá, uma matéria optativa nas faculdades. Deveria ser aula prática na escola, no lugar da Educação Física ou da Química Orgânica. O que se aprende de convivência humana, de harmonia, de precisão, de disciplina em uma banda não pode ser mensurado. E agora, ouvindo as versões originais das minhas músicas – gravadas num microfone mambembe de PC– e as comparando com as versões de estúdio, eu relembro o sentido que há em criar e procurar o que é belo. Se criação é uma atividade solitária e silenciosa, a obra terminada nunca o é. De que adiantaria se tudo que fizéssemos mantivesse apenas o significado que outorgamos, sem passar pelo mundo?
Com frases feitas retiradas de novelas
As moiras tecem enquanto você dorme
E sonha em ter, quem dera, pés de cinderela.
Essa é a estrofe que eu mais gosto da minha música. Um tanto presunçoso, fazer propaganda das próprias composições, mas quem compõe ou escreve sabe, por uma questão muito pouco racional, o quanto daquilo que está ali não é seu. Sabe que existe muita sorte e muito esforço, muito acaso e muito plano, muito explicado e inexplicável em criar. E ouvir agora minha música pronta, gravada e mixada, é como escutar a canção de alguém que talvez sinta como eu, talvez não. Talvez pense como eu, mas provavelmente não. A obra está sozinha a partir do momento em que está pronta. Não é mais de quem a criou, não faz mais o mesmo sentido. Agora precisa significar por si mesma. Uma obra que ainda careça ser explicada pelo seu criador não pode estar completa. Ainda não é arte, no sentido mais tenro desse termo: naquele que o relaciona ao incentivo interno, à criação individual de sentimento ou de conceitos. Escutar minha própria música é, talvez, como visitar a casa de um filho adulto. Há muita coisa ali que veio de mim, mas em outro arranjo, com outro dono, em outro tempo. E há coisas novas, que não são minhas, mas resultam de significações alheias.
Ficaram prontas as novas canções da Laocoonte. Ainda não posso disponibilizá-las na net por questões burocráticas. São cinco: Em novembro, Rosa Carmim, A gralha e a Serpente, Lindo Linde e A Resposta. Somando-se às outras 5 já gravadas e a umas três que foram mais ou menos concluídas, teremos um álbum completo. Ninguém tem pretensões de seguir carreira ou de fazer shows e coisas do tipo. Nossa relação com a banda e com a música é mais uma questão de gosto e de desafio. Acho que todo mundo deveria passar pelo processo de gravação como, sei lá, uma matéria optativa nas faculdades. Deveria ser aula prática na escola, no lugar da Educação Física ou da Química Orgânica. O que se aprende de convivência humana, de harmonia, de precisão, de disciplina em uma banda não pode ser mensurado. E agora, ouvindo as versões originais das minhas músicas – gravadas num microfone mambembe de PC– e as comparando com as versões de estúdio, eu relembro o sentido que há em criar e procurar o que é belo. Se criação é uma atividade solitária e silenciosa, a obra terminada nunca o é. De que adiantaria se tudo que fizéssemos mantivesse apenas o significado que outorgamos, sem passar pelo mundo?
Realmente estou ficando curioso com essas músicas. (Laocoonte era o padroeiro grego do "hate to say i told you so", certo? ou troiano, no caso)
ResponderExcluirE você sabe fazer bons posts sobre temas que teoricamente soariam como autopropaganda.
Fiquei com vontade de ouvir. De verdade.
ResponderExcluirNovembro já vai acabando, né?
E eu gostaria muito de ter aulas de composição, ou banda, mas não tire a química orgânica, nem a educação física, ok?
zé..
ResponderExcluirvc é melhor do q eu pensava com poesias..rsr
espero uma hora dessas te encontrar no msn..pra gente fazer poesias legais, e eu iria adorar ver alguma delas ai..
mil beijos!
ana..
hey..
ResponderExcluirtolouca para ver essas musicas..
posso ate imagina las ja..
bjus..