sábado, 23 de janeiro de 2010

Sobre como namorar uma menina ruiva


A tratar-se a da aventura ou da esperança; o que essa menina tem que me intriga? Seria a forma leve em sua distância, ou a promessa que parece feita de chão. Seria mesmo o que está em mim e não me sobra: minha tolice toda escancarada em suas mãos? Mas estou aprendendo, antes tarde que ontem, sobre como se namora uma menina simples, como se fossem possíveis meninas simples ou cabelos dessa cor. É mister constatar, antes tarde que já, que a cidade alada sentirá sua falta, em domingos curtos para abraços longos, em planos futuros que se constroem devagar, e na dor oca dos passos entre os dias. Sei que, para namorar uma menina decidida, é mister fazer-se forte, ainda quando o coração tropeça, é necessário não se contentar; com pouca vida, com pouca aventura, com pouca esperança. E aprender que tudo adquire cores fortes – quem será tolo de nascer para o cinza ou o azul tímido? Quero dizer, nem todas as pessoas são vermelhas só por dentro. A tratar-se de compromisso e querer; há essa menina que pôs fogo em meus pensamentos.

8 comentários:

  1. Estava indo tudo muito bem na minha insensibilidade cotidiana até "os domingos curtos para abraços longos". Aí meu deu aquela onda menininha e eu comecei a achar tudo muito bonitinho e fofo. Baita veadagem da minha parte, por sinal.

    Mas ok, ficou bonito mesmo.

    ResponderExcluir
  2. gostei muito.
    me fez lembrar as conversas profundas do meu chato plantão de domingo...

    ResponderExcluir
  3. O João aí em cima definiu bem o que senti.


    Bonito como a foto

    ResponderExcluir
  4. Você sempre consegue me mostrar um lado extremamente sensível em mim.
    Beijo.

    ResponderExcluir
  5. "e na dor oca dos passos entre os dias."

    Já valeu o texto.

    ResponderExcluir
  6. ah... pensei nas ruivas que já me deram tantos problemas... tenso.

    ResponderExcluir

pode falar, eu não estou ouvindo