2 canções para tempos secos
O inverno goiano traz de volta os fins de tarde friorentos, os problemas respiratórios e as alergias. A secura torna o sol da tarde violento e rascante, bem diferente daqueles dias ensolarados e úmidos de verão, quando as mocinhas usam vestidos florais, os pássaros cantam canções floridas, e as flores,bem, as flores florescem afloradas. Em junho e julho, pelo contrário, o sol está muito chateado com tudo, os pássaros se escondem dentro de casa e roubam bolachas da cozinha, as flores desfloram defloradas e as mocinhas usam botinas que parecem coturnos nazistas enfeitados. Para sobreviver a isso e resguardar uma fração mínima de líquido, aí vão duas canções recém descobertas que valem a pena pelo seu teor umidificante.
The verve – Love is noise
Não escondo que setenta por cento do meu gosto por The Verve se deve unicamente à Richard Ashcroft ou, mais especificamente, ao rosto de Richard Ashcroft. Ele faz parte de um seleto grupo de pessoas cujos traços de fisionomia já dizem tudo o que se há para dizer. São tão perfeitamente distorcidos e desarmônicos que transmitem de imediato uma sensação de seriedade, de pronfundidade e conteúdo. A mesma coisa acontece com Clint Eastwood ou Tommy Lee Jones. Quer dizer, o Clint nem precisa ser bom ator, nem precisaria se mover, com uma cara daquelas. Mas não tiro o mérito da música em si, que é muito boa, nem do clipe, com destaque especial para a cena belíssima da águia pousando no braço da moça.
O inverno goiano traz de volta os fins de tarde friorentos, os problemas respiratórios e as alergias. A secura torna o sol da tarde violento e rascante, bem diferente daqueles dias ensolarados e úmidos de verão, quando as mocinhas usam vestidos florais, os pássaros cantam canções floridas, e as flores,bem, as flores florescem afloradas. Em junho e julho, pelo contrário, o sol está muito chateado com tudo, os pássaros se escondem dentro de casa e roubam bolachas da cozinha, as flores desfloram defloradas e as mocinhas usam botinas que parecem coturnos nazistas enfeitados. Para sobreviver a isso e resguardar uma fração mínima de líquido, aí vão duas canções recém descobertas que valem a pena pelo seu teor umidificante.
The verve – Love is noise
Não escondo que setenta por cento do meu gosto por The Verve se deve unicamente à Richard Ashcroft ou, mais especificamente, ao rosto de Richard Ashcroft. Ele faz parte de um seleto grupo de pessoas cujos traços de fisionomia já dizem tudo o que se há para dizer. São tão perfeitamente distorcidos e desarmônicos que transmitem de imediato uma sensação de seriedade, de pronfundidade e conteúdo. A mesma coisa acontece com Clint Eastwood ou Tommy Lee Jones. Quer dizer, o Clint nem precisa ser bom ator, nem precisaria se mover, com uma cara daquelas. Mas não tiro o mérito da música em si, que é muito boa, nem do clipe, com destaque especial para a cena belíssima da águia pousando no braço da moça.
The Cribs – Men´s needs
Músicas cantadas de jeito desleixado sempre me agradam em cheio. Essa em específico transmite um sabe-se lá o que de indiferença e tristeza, como uma confissão de que o amor acabou. Acho bom também quando alguém trata do enorme abismo entre garotos e garotas, dessa diferença catastrófica que existe entre as necessidades de um e de outro. Sempre senti uma espécie de complô cultural contra o lado masculino dos relacionamentos, uma pressuposição básica de que nós estamos sempre errados e elas estão sempre certas. Elas são sensíveis, civilizadas, transcendentes e nós somos brutos, imaturos, selvagens e superficiais. Não que essa música vá tentar desmistificar isso, mas quando ela diz “ man´s needs are full of greed” num tom totalmente desinteressado, bem, eu me sinto vingado.
Músicas cantadas de jeito desleixado sempre me agradam em cheio. Essa em específico transmite um sabe-se lá o que de indiferença e tristeza, como uma confissão de que o amor acabou. Acho bom também quando alguém trata do enorme abismo entre garotos e garotas, dessa diferença catastrófica que existe entre as necessidades de um e de outro. Sempre senti uma espécie de complô cultural contra o lado masculino dos relacionamentos, uma pressuposição básica de que nós estamos sempre errados e elas estão sempre certas. Elas são sensíveis, civilizadas, transcendentes e nós somos brutos, imaturos, selvagens e superficiais. Não que essa música vá tentar desmistificar isso, mas quando ela diz “ man´s needs are full of greed” num tom totalmente desinteressado, bem, eu me sinto vingado.
Dois clássicos, Zé.
ResponderExcluirE fiquei chateado porque o youtube é bloqueado aqui no trabalho. Mas eu sempre fico chateado com isso.
(Já ouviu I'm a realist, do Cribs? Clássico também)