sexta-feira, 7 de maio de 2010

A semana do bode


Foram sete dias de bode. Sentei segunda feira na minha mesa, olhei para a lista de compromissos, para a agenda de atividades, para a pilha de trabalho e, diligentemente, abri um joguinho de flash. Ele está aberto até hoje. Voltei para casa e olhei para os livros de teoria da comunicação, os projetos de contos inacabados, o romance que não anda, as tarefas do alemão,o estudo para o encontro de logosofia e, responsavelmente, fui à livraria e comprei A Bússola de Ouro, versão de bolso. Estou lendo sem interrupções desde então. E quem quis me achar escrevendo matérias sobre climatizadores para supermercados ou sobre a variação da Selic, me encontrou atirando na cabeça de alienígenas com atomizadores quânticos de dupla carga. E quem quis me ver preocupado com a indústria cultural e a vulgarização do sexo na mídia, me encontrou ansioso em saber se Lyra conseguiria fugir dos ursos de armadura de Svalbard ou se teria que esconder seu Daemon para sempre dentro de uma caneca. Foram sete dias do bode. Semana que vem eu me arrependerei, isso é certo, mas não agora. Por enquanto estou completamente ocupado procurando a origem etimológica da palavra ceroulas.

5 comentários:

  1. Como vivem as pessoas que não tem um romance que não anda salvo no computador?

    (ceroulas, cara?)

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  2. É, tamo no mesmo barco neste momento.

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  3. semanas de bode são sempre necessárias.

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  4. não se arrependa desta semana! ela serviu pra mostrar que vc ainda tem "livre arbítrio"... no fundo, vc sabe que pode largar tudo e comprar uma passagem pra xuí... vc sabe tb que não vai fazer isso, mas... permita-se as pequenas extravagâncias e atoices.

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pode falar, eu não estou ouvindo