I.
A Paula tinha uma turma só de amigos homens. Mas turma naquele sentido mais colegial da coisa: saiam juntos para tudo, trocavam tapas como mostra de afeição, faziam concurso de arroto e macarronada, dormiam amontoados em qualquer sala de kitnet. Eram o Butica, o Pelado, a Paula e o Peido. Sim, o Peido. De todos, o Peido era o mais certo ou ,pelo menos, o único que não passava as noites todas em campeonatos de Mario kart com tequila. E a Paulinha, tão pequenina, tão mocinha, tão bonitinha, entrava na bagunça como um mano. Salto alto, decote e sabia xingamentos tão cabeludos que deixariam o Tony Ramos se sentindo nu. Mas aí, aconteceu o acontecido. Para a surpresa geral, Paulinha apareceu namorando ninguém menos que o Peido. Depois disso, as coisas começaram a desandar. Era uma história do Peido ficar em casa, de não poder ir pra sinuca, de ter que ir embora mais cedo, de comprar rosa no dia dos namorados e tal. Mas a turma agüentou firme, heroicamente, até o último golpe da Paulinha. No final de uma noitada de sushi com ruffles, o Butica resolveu ligar:
- Alou, Paula?
- Oi Butica.
- Uai, Paula, cadê vocês?
- Ah, Butica, a gente não vai hoje não.
- Qualé, Paula ! Passa pro Peido aí. Só ele tem a caixa de pôquer completa.
- Pra quem?
- Pro Peido, ora!
- Olha, Butica, não tem nenhum Peido aqui não. O nome do meu namorado é Antônio Afonso, e é assim que ele deve ser chamado. É um nome tão bonito.
Depois disso, eles sabiam que a turma estava com os dias contados.
Moral: namoros acabam com apelidos criativos.
II.
Bernardo confessou à Lurdinha, sua namorada, que tinha uma fantasia sexual. Queria vê-la vestida de pastorinha. Sim, pastorinha, daquelas com cachinhos, vestido azul e báculo.Ela riu, riu horrores. Demorou uma semana para se recuperar. Por um mês, não podiam passar por uma igreja evangélica sem que ela caísse na risada. E o Bernardo de cara fechada. Não devia ter confessado nada. Mas acabou que Lurdinha topou fazer ( nas palavras dela, qualquer coisa que não envolvesse anões, pás e roupas de astronauta poderia ser realizado). Alugaram uma fantasia e pagaram um motel. Uma semana depois, repetiram a dose. Na semana seguinte também. No aniversário de namoro, Bernardo foi surpreendido ao encontrar a namorada vestida de pastorinha. Estavam indo para o cinema. Bernardo perguntou o que significa aquilo, Lurdinha respondeu com um sorriso angelical. Mas estava preocupada. E se o guardinha do cinema não a deixasse entrar com o cajado? No churrasco de família em comemoração à promoção de Bernardo, Lurdinha apareceu com uma novidade. Agora trouxera umas ovelhas com ela. Disse que tinha conseguido com um tio que era fazendeiro no sul. As ovelhas a seguiam onde fosse, balindo e fazendo coisas de ovelha. Bernardo ficou chocado. Quis terminar, mas a namorada o persuadiu do contrário. Dois dias depois, estavam na cama, na parte mais quente da ação, quando Lurdinha, apoiada em seu báculo, gritou:
- Meu bem, meu bem, bale pra mim.
- O que?
- Bale! Faz beréréréréré
Bernardo terminou em seguida.
Moral da história: não leve cajados e báculos para o cinema.
A Paula tinha uma turma só de amigos homens. Mas turma naquele sentido mais colegial da coisa: saiam juntos para tudo, trocavam tapas como mostra de afeição, faziam concurso de arroto e macarronada, dormiam amontoados em qualquer sala de kitnet. Eram o Butica, o Pelado, a Paula e o Peido. Sim, o Peido. De todos, o Peido era o mais certo ou ,pelo menos, o único que não passava as noites todas em campeonatos de Mario kart com tequila. E a Paulinha, tão pequenina, tão mocinha, tão bonitinha, entrava na bagunça como um mano. Salto alto, decote e sabia xingamentos tão cabeludos que deixariam o Tony Ramos se sentindo nu. Mas aí, aconteceu o acontecido. Para a surpresa geral, Paulinha apareceu namorando ninguém menos que o Peido. Depois disso, as coisas começaram a desandar. Era uma história do Peido ficar em casa, de não poder ir pra sinuca, de ter que ir embora mais cedo, de comprar rosa no dia dos namorados e tal. Mas a turma agüentou firme, heroicamente, até o último golpe da Paulinha. No final de uma noitada de sushi com ruffles, o Butica resolveu ligar:
- Alou, Paula?
- Oi Butica.
- Uai, Paula, cadê vocês?
- Ah, Butica, a gente não vai hoje não.
- Qualé, Paula ! Passa pro Peido aí. Só ele tem a caixa de pôquer completa.
- Pra quem?
- Pro Peido, ora!
- Olha, Butica, não tem nenhum Peido aqui não. O nome do meu namorado é Antônio Afonso, e é assim que ele deve ser chamado. É um nome tão bonito.
Depois disso, eles sabiam que a turma estava com os dias contados.
Moral: namoros acabam com apelidos criativos.
II.
Bernardo confessou à Lurdinha, sua namorada, que tinha uma fantasia sexual. Queria vê-la vestida de pastorinha. Sim, pastorinha, daquelas com cachinhos, vestido azul e báculo.Ela riu, riu horrores. Demorou uma semana para se recuperar. Por um mês, não podiam passar por uma igreja evangélica sem que ela caísse na risada. E o Bernardo de cara fechada. Não devia ter confessado nada. Mas acabou que Lurdinha topou fazer ( nas palavras dela, qualquer coisa que não envolvesse anões, pás e roupas de astronauta poderia ser realizado). Alugaram uma fantasia e pagaram um motel. Uma semana depois, repetiram a dose. Na semana seguinte também. No aniversário de namoro, Bernardo foi surpreendido ao encontrar a namorada vestida de pastorinha. Estavam indo para o cinema. Bernardo perguntou o que significa aquilo, Lurdinha respondeu com um sorriso angelical. Mas estava preocupada. E se o guardinha do cinema não a deixasse entrar com o cajado? No churrasco de família em comemoração à promoção de Bernardo, Lurdinha apareceu com uma novidade. Agora trouxera umas ovelhas com ela. Disse que tinha conseguido com um tio que era fazendeiro no sul. As ovelhas a seguiam onde fosse, balindo e fazendo coisas de ovelha. Bernardo ficou chocado. Quis terminar, mas a namorada o persuadiu do contrário. Dois dias depois, estavam na cama, na parte mais quente da ação, quando Lurdinha, apoiada em seu báculo, gritou:
- Meu bem, meu bem, bale pra mim.
- O que?
- Bale! Faz beréréréréré
Bernardo terminou em seguida.
Moral da história: não leve cajados e báculos para o cinema.
Zé... Não sei o que me surpreendeu mais:
ResponderExcluir1º Constatar que toda Paulinha é phoda?
2º O lance de levar báculos ao cinema?
3º Ou encontrar a foto da minha amiga Érica no seu blog!!!!!
Por essa terceira eu não esperava nunca!!!!
kkkkkkkk
Ótimas crônicas!
Fique mal pela galera do Peido. Namoradas que desagregam turmas são imperdoáveis.
ResponderExcluirAdorei o senso de humor!
ResponderExcluirCampeonatos de Mario Kart resumem todo o meu 3º ano... saudades dessa época.
Ah, de vez em quando seguimos por um caminho e esse leva a rumos que nós não gostaríamos que tivessem sido seguidos, mas não sei se eles devem ser arrependidos. Às vezes eles eram necessários.
ResponderExcluirPs. Há certos apelidos que precisam acabar!
E tem aqueles casos em que um apelido maneiro como "comedor de casca de parede" é substituído por um desagradável, como Rafucho.
ResponderExcluir(e porque certas garotas tem problemas com roupas de astronauta? nunca saquei isso)