terça-feira, 9 de novembro de 2010

Dance comigo


Eu tive pernas que agora são raízes. Eu tive sonhos que as gavetas engoliram. E tive medo, mas hoje assobio: dance comigo enquanto há noite, por que depois qualquer luz será dia. Para meus olhos entardecidos, pousados em par nos ombros dos outros ou entre os dedos de meus poucos e dedicados amigos. As festas que me deram estavam quebradas, a vida que me prometeram vencida; as armas empedraram sem serem usadas, mas as pernas, de tanta valsa, caíram. Dance comigo por que já não é mais cedo. Preciso de um pouco de apego e de rio. Preciso crescer um centímetro ao ano ( para um dia alcançar meu abrigo): preciso ouvir o trinar do oceano, que é como o trinar de um pássaro vazio.

Um comentário:

pode falar, eu não estou ouvindo