É imprescindível fazer algo. Pessoas paradas, olhando para o nada, quietas em lugares movimentados, pessoas silenciosas e arredias nos assustam. Como se cometessem crimes, ou como se fossem infelizes. Notamos uma certa tristeza inexplicável na garota sozinha num banco de praça, ou no rapaz que apenas observa, nos velhos solitários e seus olhos semi-cerrados. Pressentimos na quietude a morte. E é para tranqüilizar nosso coração que perguntamos: “O que você faz?” “O que está fazendo?”. Se a resposta for “nada”, então nos preocupamos; “há algum problema”. Afinal, é imprescindível fazer algo. É preciso falar, mover-se, ocupar o corpo com ações práticas e, principalmente, visíveis. É preciso aparentar a vida. Mesmo se nos gestos forem vazios, macaqueados do que aprendemos sem saber, reflexos do que não somos. Tanto teatro, tanto cinema, tantos heróis de ação,nos fizeram esquecer que a vida em si acontece mais por dentro que por fora. Entretanto, é preciso fazer algo, para que nossas vidas não dêem péssimos filmes.
Bacana voltar aqui depois de um tempo sem vir e notar que você continua escrevendo muito melhor do que eu
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