É quando me acomete essa vontade difusa de qualquer coisa,
esse desejo específico por algo inespecífico, algo que paira sobre os
pensamentos e cuja única característica perceptível é a de não se parecer com
nada que eu possa definir. E assim revolvo dias e coisas atrás de um encaixe,
de um clique mecânico, ou de um rabo por entre cortinas, qualquer indício a sinalizar:
pronto, você achou o que quer. – mas não o encontro, mesmo que o pressinta
sobre mim, e sinta sua respiração em meu ouvido, e seu peso em minha cabeça,
como se um morcego de repente habitasse em meus cabelos. Essa vontade tão
tangível por qualquer coisa intangível, algo nunca inventado ou sugerido, essa
suspeita de que exista uma coisa no mundo que faz todo sentido – e não meio
sentido, ou relativo sentido; um fim em si, algo que comece, continue e termine.
Como uma barra de chocolate. Algo simples. E assim revolvo dias e coisas e
pessoas.
e quando me acomete essa vontade de coisa qualquer, me desepero e pegunto a Deus: ''por que sou tão insatisfeita e mulher??!?''
ResponderExcluirEssa vontade difusa que nos mantém vivos rapaz...:) a propósito, banda muito boa, não conhecia...vocal lembra um pouco Grandaddy :)
ResponderExcluirMuito legal o post! Lembrou-me de um texto do Drummond que li meses atrás, chamado "Procurar o que?", que pode ser visto aqui: http://ficcoesdaminhavida.blogspot.com.br/2011/07/mais.html. Parabéns pelo blog!
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