quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vontade difusa




É quando me acomete essa vontade difusa de qualquer coisa, esse desejo específico   por algo inespecífico, algo que paira sobre os pensamentos e cuja única característica perceptível é a de não se parecer com nada que eu possa definir. E assim revolvo dias e coisas atrás de um encaixe, de um clique mecânico, ou de um rabo por entre  cortinas, qualquer indício a sinalizar: pronto, você achou o que quer. – mas não o encontro, mesmo que o pressinta sobre mim, e sinta sua respiração em meu ouvido, e seu peso em minha cabeça, como se um morcego de repente habitasse em meus cabelos. Essa vontade tão tangível por qualquer coisa intangível, algo nunca inventado ou sugerido, essa suspeita de que exista uma coisa no mundo que faz todo sentido – e não meio sentido, ou relativo sentido; um fim em si, algo que comece, continue e termine. Como uma barra de chocolate. Algo simples. E assim revolvo dias e coisas e pessoas. 

3 comentários:

  1. e quando me acomete essa vontade de coisa qualquer, me desepero e pegunto a Deus: ''por que sou tão insatisfeita e mulher??!?''

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  2. Essa vontade difusa que nos mantém vivos rapaz...:) a propósito, banda muito boa, não conhecia...vocal lembra um pouco Grandaddy :)

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  3. Muito legal o post! Lembrou-me de um texto do Drummond que li meses atrás, chamado "Procurar o que?", que pode ser visto aqui: http://ficcoesdaminhavida.blogspot.com.br/2011/07/mais.html. Parabéns pelo blog!

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pode falar, eu não estou ouvindo